Por Karina Michelin
O Hamas anunciou oficialmente, nesta sexta-feira, 3 de outubro, que está disposto a libertar todos os reféns israelenses - vivos e mortos - em conformidade com o plano de 20 pontos apresentado pelo presidente Donald Trump.
O movimento terrorista afirmou ainda estar pronto para iniciar “imediatamente” negociações, por meio de mediadores, a fim de discutir os detalhes da proposta.
Segundo comunicado transmitido aos negociadores, o Hamas declarou que apoia a transferência do controle da Faixa de Gaza para uma entidade palestina com respaldo árabe e islâmico, rejeitando qualquer plano de expulsão da população local.
A organização ressaltou que valoriza os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como o envolvimento direto de Trump para encerrar a guerra em Gaza.
O texto enviado aos mediadores diz:
“O Hamas aprecia os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, visando encerrar a guerra na Faixa de Gaza, promovendo uma troca de prisioneiros, permitindo a entrada imediata de ajuda humanitária, rejeitando a ocupação da Faixa de Gaza e a expulsão do nosso povo palestino dela. Neste contexto, o movimento anuncia sua disposição de libertar todos os reféns israelenses — vivos e mortos — de acordo com o mecanismo de troca previsto na proposta do Presidente Trump.”
Ainda assim, o grupo islâmico admitiu dificuldades em cumprir o cronograma previsto no plano - que exige a libertação de todos os 48 reféns em até 72 horas. De acordo com o jornal israelense Israel Hayom, o Hamas afirmou ter perdido contato, nas últimas semanas, com outras facções palestinas que mantêm parte dos reféns em cativeiro.
A proposta de Trump prevê não apenas a libertação dos sequestrados, mas também o cessar-fogo, retirada total de tropas israelenses de Gaza, entrada imediata de ajuda humanitária e a abertura de negociações para o futuro político do enclave.
O anúncio marca a primeira vez que o Hamas declara, de forma explícita, sua aceitação de um plano internacional liderado pelos EUA, embora ressalte que “questões adicionais” da proposta ainda exijam maior discussão.