Por Karina Michelin
Por trás do discurso de “multipolaridade” e integração dos BRICS, o Brasil está sendo conduzido a uma ruptura deliberada com o sistema financeiro ocidental.
A entrada da UnionPay no país - operadora chinesa que na China opera apenas com débito - já chega ao Brasil com função crédito, moldada especificamente para o mercado local.
Mas o que parece inovação bancária, é parte de um plano maior: substituir Visa, Mastercard e SWIFT por um novo ecossistema comandado por Pequim.
A ofensiva se consolida com o Banco Master, que, em junho, se tornou o primeiro da América Latina a aderir ao CIPS, o sistema interbancário chinês criado para contornar o dólar e o controle financeiro dos EUA.
Pouco antes disso, em abril, o mesmo banco contratou o escritório da esposa de Alexandre de Moraes, Viviane Barci, para representá-lo judicialmente - uma relação no mínimo questionável, ainda mais diante das decisões políticas e judiciais que favorecem a expansão chinesa no Brasil.
A conexão sino-brasileira se fortalece justo quando os EUA revogam os vistos de Moraes e aliados, por censura e perseguição política. Enquanto o sistema chinês avança, o Judiciário se afasta do Ocidente e se ancora em um projeto autoritário que cresce no caos e sem freios.
Lula intensifica seus ataques a Trump para provocar uma reação dos EUA - como a exclusão do Brasil do SWIFT - e, assim, justificar a adesão total ao sistema chinês CIPS sob o pretexto de “soberania”. É o rompimento com o Ocidente vendido como libertação, mas que esconde uma nova submissão.
Esse realinhamento financeiro e ideológico avança longe dos olhos da população. Enquanto o debate gira em torno da política de superfície, o Brasil é reposicionado no tabuleiro global - trocando garantias ocidentais por um modelo à la Partido Comunista Chinês, baseado em crédito controlado, vigilância e submissão absoluta.
O futuro financeiro do Brasil está sendo decidido às escondidas, por poderes alinhados a interesses sem respaldo popular. Não é parceria, é rendição estratégica. E o povo, mais uma vez, fica de fora da história escrita em “seu nome”.