Uma coisa é conversar com adversários políticos para tentar achar pontos de convergência que possam beneficiar a comunidade, outra, completamente diferente, é manter relações amistosas com inimigos declarados do bem comum.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), concedeu na última sexta-feira (13) o Título de Cidadania Goiana aos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A homenagem foi realizada na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), durante o 1º Congresso Goiano de Direito Econômico.
Caiado agradeceu decisões favoráveis proferidas pelas autoridades homenageadas, sobretudo a Gilmar Mendes, que suspendeu o pagamento das parcelas da dívida de Goiás logo no início do primeiro mandato do governador.
“Eu era confundido dentro do STF como o mais assíduo servidor daquela Casa. Eu não saía do Supremo, nenhum dia, durante todo o meu primeiro mandato. Era a única alternativa que eu teria para poder governar e recuperar as finanças do estado”, disse.
O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, relembrou sua trajetória desde a saída de Diamantino (MT), sua cidade natal. “Assim como Goiânia, inaugurada sob o signo da interiorização, minha trajetória foi marcada por uma busca por conhecimento em Brasília”, declarou.
Já Toffoli mencionou suas raízes em Marília (SP) e agradeceu: “Meu povo pode, agora, dizer que tem um irmão de todos os goianos e todas as goianas”.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que a honraria representa uma “adoção oficial” por parte do povo goiano.
O governador externou que parcerias com o STF e a PGR foram fundamentais para avanços administrativos e fiscais no estado.
Os projetos que concederam os títulos foram apresentados pelo presidente da Alego, Bruno Peixoto (União), com apoio de outros parlamentares da base.
A atitude do governador Caiado gerou indignação em boa parte dos eleitores da direita. Depois que o viram participando de homenagens a essas figuras, muitos se manifestaram negativamente nas redes sociais; a maioria deles, dizendo que nunca votarão em quem confraterniza com essa gente, que tanto mal tem causado à sociedade.